Um pedacinho de mim?

Não é fácil falar de mim... e para ser sincero não sei se efectivamente o quero fazer. Tem que existir uma barreira entre aquilo que se pode dizer e aquilo que é verdadeiramente íntimo. Este "posting" já o considero bastante pessoal e praticamente no limite daquilo que acho aceitável estar num blog. Lamento se queriam mais... mas não sei se conseguirei transformar em palavras algumas das coisas que tenho guardadas neste cérebro que às vezes me parece tão oco! Aqui vai então...

Não sei se vos costuma acontecer ou se é apenas uma "joxice", mas há determinadas coisas que me conseguem alterar o estado de espírito em segundos. Ao ponto de passar de um estado de felicidade às lágrimas ou de um estado "vegetativo" à mais brutal explosão de alegria.

A música é uma dessas coisas...
Não sei que reacções químicas provocam essas ondas mas são poderosas!
Alias, algumas pessoas até já estão avisadas que consoante o que estiver a ouvir podem ou não aproximar-se de mim... Eh eh eh
Exemplo: Mariah Carey e o seu álbum "Music Box"! A rainha das "pegajosas"! A personificação da "dor de corno"! Meus amigos... se me apanharem a ouvir Mariah Carey fujam... pois estou mesmo lá em baixo do poço... na rua da amargura!
É óbvio que associado às músicas ou artistas existe sempre um evento, ou algo que faça a ligação...

Ontem tive uma dessas situações...
Tinha ido lanchar como de costume às 16:30 o meu sumo de laranja natural e a minha meia torrada quando apareceu um dos fantasmas do passado ("those which the name we could not say", citando algumas palavras do filme "The Village"). Claro que associado a ele vêm sempre as lembranças porque senão que raio de sangue me corria nas veias?!
Depois de uma amena conversa e algo vazia em termos de conteúdo lá acabou o lanche... felizmente!
Não sei o que dizer para manter uma conversa com ele. Se normalmente já me é difícil manter uma conversa com as pessoas de um modo geral com ele em particular ainda pior. Não quero parecer frio ou insensível mas a conversa informal de café não responde às perguntas que realmente gostaria de fazer... e que fiz em tempos... sem resposta até hoje.
Assim sendo... tudo fica na mesma.

Ao ir para casa passa no rádio esta música que já ouvi centenas de vezes mas que só ontem me tocou lá dentro, no centro nervoso. E por pouco não me levava às lágrimas... abençoado telefone! Que toca sempre na hora certa! :)

Aqui fica a letra... linda por sinal e que expressa de um modo fantástico os fantasmas com que me deparo às vezes. Mais vezes do que aquelas que gostaria...

Evanescence - "Missing"

Please, please forgive me,
But I won't be home again.
Maybe someday you'll look up,
And, barely conscious, you'll say to no one:
"Isn't something missing?"

You won't cry for my absence, I know -
You forgot me long ago.
Am I that unimportant...?
Am I so insignificant...?
Isn't something missing?
Isn't someone missing me?

[Chorus:]
Even though I'm the sacrifice,
You won't try for me, not now.
Though I'd die to know you love me,
I'm all alone.
Isn't someone missing me?

Please, please forgive me,
But I won't be home again.
I know what you do to yourself,
I breathe deep and cry out,
"Isn't something missing?
Isn't someone missing me?"

[Chorus]

And if I bleed, I'll bleed,
Knowing you don't care.
And if I sleep just to dream of you
I'll wake without you there,
Isn't something missing?
Isn't something...

[Chorus]

Lua Cheia... continuação.

«Até certo dia...» assim tinha terminado.

Certo dia, ou certa noite para ser mais exacto, estava eu em casa sem nada para fazer e uma vontade imensa de sair de casa. Lá fora uma lua cheia enorme olhava pra mim e eu pensava «Não vale a pena olhares para mim assim.. não sofro a tua influência!»

Assim, sem plano algum para a noite, acabei por ligar o computador e ir para a net passar o tempo. Liguei o MSN e passados alguns instantes um "Tu ru ru" ecoa no pc, enquanto eu distraido deitava o olho ao que se passava na tv.
Olhei para o pc e reparei que alguem com quem já falo há algum tempo me dava o seu habitual cumprimento de quem queria conversa...

Ele é daqueles tipos que encaixo na categoria dos «simpáticos irritantes» ou seja, tem uma excelente conversa mas não tem foto no msn! E isso irrita-me profundamente pois fico a morrer de curiosidade para saber como a pessoa é realmente!
Existe outra categoria ainda pior que chamo de «simpáticos irritantes bloqueados!» que são aqueles que dizem sempre que não têm foto mas que às vezes se esquecem que vivem numa cyber-comunidade e que quando mostram a foto a alguem mostram a todos! Daah! Loiras!!
Resultado: «Com que então não tinhas foto! Pois, pois... xau! e ZAS! Bloqueado!»

Bem... voltando à história...
«Olá amigo, é hoje que tomamos café?» dizia ele na sua mensagem de abertura.
Olhei para o relógio, 1:30 da manhã, pensei um pouco, olhei prá janela, vi a lua e disse-lhe: «Estúpida!». Quando dei por mim estava escrito no ecrã: «Sim, pode ser. Agora?»
Pelo silêncio notou-se que ele não estava à espera que essa fosse a resposta... mas depois lá acabou por dizer que sim.
Acertámos detalhes do encontro: local e hora.
Desligo o pc e lá vou eu!

Enquanto vou no carro.. e a quinze minutos de distância penso: «Que estou eu a fazer?! Sexta feira, duas da manhã e vou tomar café com alguem que nunca vi! Apenas crente numa descrição que me foi feita que pode perfeitamente não ter nada a ver com a realidade!»

Cheguei perto do local de encontro... Pinhal Novo! Rotunda do Modelo! Entro na rotunda e não vejo ninguem... começo a dar a volta de 360 graus à rotunda... Quando começo a dar a segunda volta um carro faz-me sinal de luzes e penso «Ahhh... Lá está ele!».
Saio da rotunda e estaciono o carro atrás do outro. Sai um tipo do outro carro enquanto eu tb saio do meu. Chega ao pé de mim e diz «Olá tudo bem?» ao que eu respondo «sim, tudo ok e ctg?».
Enquanto espero pela resposta dele penso «É mais giro ao vivo que na descrição que me fez! Embora parece bastante mais reservado...». De repende ele interrompe-me o pensamento e diz: «Vamos?» e aponta para o portão do expositor de carros que existe junto à rotunda.
Achei aquilo estranho mas não disse nada... apenas olhei lá pra dentro. Pouco ou nada se via senão o negro da noite. Nem a lua cheia ajudava a clarear a situação. Esforcei a vista para tentar adapta-la ao escuro mas apenas via carros e carros.

De repente vejo por entre o escuro outras duas pessoas... dois homens! Altos e grandes pelo contorno...
Ao aproximarem-se vejo que são dois mulatos(giros por sinal!) e aparentemente de Cabo Verde pela cor dos olhos(um verde agua que os torna quase gatos na escuridão). Cada um deles trazia um caixote grande nos braços! Nessa altura fiquei realmente muito... perturbado!
Por entre esta movimentação silenciosa a voz do meu conhecido disse: «Abre a mala do carro!» ao que eu respondo: «Desculpa?!». Ele ficou sério a olhar para mim... e eu de repente fez-se luz!
O meu telemovel estava a tocar... olhei para o nº e era ele! Mas como podia ser ele se ele está à minha frente?! Ai! Não estou a perceber nada... Estou baralhado! Desliguei o telefone sem atender e perguntei-lhe «Desculpa... mas... não falei contigo há pouco ao telefone?!».
«Não, nunca tinhamos falado!» respondeu ele!

Nessa altura fiquei mesmo nervoso... lá estava eu... duas da manha de sexta feira em frente a alguem que pensava ser outra pessoa e que agora parece querer fazer qualquer tipo de transacção comercial... não muito lícita por sinal! E com mais dois grandões à minha frente com caixotes...

«Que faço?» pensei eu! Só tive sangue frio para dizer: «Desculpa... mas acho que me enganei na pessoa!» Meti-me no carro e desapareci!
Acho que andei perdido às voltas nas ruas do Pinhal Novo durante uns minutos... até que o telemovel tocou novamente... era ele!
«Nem vais acreditar o que acabou de me acontecer... »

Acabou por ser uma noite.... diferente! Que até acabou bem.
No "Gaiteiro"(passo a publicidade) em Palmela a beber um belo chocolate quente com natas :) e a rir de tudo o que se passou...

No entanto ainda hoje cada vez que passo por aquela rotunda sinto arrepios...

Lua Cheia

As noites de Lua Cheia sempre exerceram um fascínio muito grande sobre a maioria das pessoas. Algumas destas pessoas demonstram ter grande respeito por estas noites e não se atrevem a pôr em causa a sua influência nos seus próprios comportamentos.

Um meu amigo afirma que estas noites sao perigosas e que ele praticamente se tranca em casa como um lobisomem nas estórias de crianças, de modo a não sofrer a sua influência. Segundo ele uma força sexual animalesca o invade e acaba por fazer o que não deve... asneira!

No meu caso em particular, não me recordo de alguma vez ter sofrido qualquer tipo de influência de uma destas noites. Ou mesmo de me desculpar de qualquer atitude que tenha tido em virtude da estar Lua Cheia. Até certo dia...

Sobressaltos...

Sem tecer qualquer tipo de comentário passo a relatar o incidente que se passou comigo ontem.

Local: Algures na CREL, 18:30 da tarde

Toca o telemovel!
Um nº que não consta da minha lista aparece como sendo o chamador e tambem não o reconheço como sendo de alguem conhecido.Atendo e digo: «Tou sim?» do outro lado uma voz feminina pergunta: «Quem fala?» ao que respondo: «Desculpe?! Com quem deseja falar?» De seguida a senhora começa a falar...«Estou a ligar porque tenho uma mensagem recebida às duas da manha que diz "Já cá estou. Onde estás?" no telemóvel do MEU namorado!»

De repente um flash passa-me pela memória...

No entanto respondo em tom seguro: «Desculpe? Duas da manhã?! A essa hora estava com toda a certeza a dormir! Este telemovel é empresarial e como tal não faço ideia do que fala!»Algum silêncio de ambas as partes durante uns segundos e este volta a ser quebrado com a voz da senhora: «E de que empresa fala?». «Não lhe posso dar essa informação! Como deve compreender!» respondo eu. «E como deve compreender esta situação é muito desagradavel para mim...», refuta a senhora com uma voz algo confusa.E a chamada termina comigo a dizer: «Lamento... mas não sei como ajuda-la!».

Passam alguns minutos... e um silencio ensurdecedor perturba-me.

Pego no telefone e marco o nº agora já não tão desconhecido. Uma voz masculina e em tom forte atende «Sim? Quem fala?» ao que respondo «Desculpe... mas ligaram-me deste nº há pouco... sobre uma mensagem recebida às duas da manhã... uma senhora... ela não está aí?»Sou interrompido rapidamente com «Deve ser engano...» mas eu continuo «é que já sei o motivo da mensagem áquelas horas... foi um colega meu que estava a tentar falar com outro e enganou-se no nº!» Uma mudança drástica no tom de voz do senhor fe-lo passar de quase ofensivo para cordial e responde: «Ah sim, ela esta aqui... vou passar o telefone.»A voz feminina agora já familiar volta ao telefone e eu digo: «Tou sim? Desculpe.. já contactei a empresa e sei o que se passou... houve uma falha de energia numa das nossas centrais electricas por volta das duas horas e uma nossa equipa teve de se reunir lá. Essa mensagem foi um engano no nº de telefone. Por esse motivo lhe envio as nossas desculpas por estar a incomodala a essa hora...»Do outro lado uma voz muito mais calma responde: «Ah, não faz mal. Desculpe eu... mas compreenda.. isto era muito estranho. Especialmente aquela hora...»«Mais uma vez peço desculpa.» digo eu e desligo o telefone.

Bem-vindos

Não sei bem o que vai sair daqui... vou tentar que seja um relato fiel de como sou, como penso e de como vivo a vida de um modo geral. Assim sendo, sejam bem-vindos ao Joxices ;)